Um outro dia esta conversando com um jovem profissional que estava prestes a retornar ao mercado de trabalho em busca de sua recolocação profissional. Ele colocou em pauta seus medos e sua ansiedade frente ao desconhecido. Mas, o que mais me chamou a atenção foi que suas frases começavam com “A minha falta de…”
“A minha falta de experiência”, “ a minha falta do inglês”, “ a minha falta de estudo”, “a minha falta de oportunidades”. Fomos conversando sobre cada uma destas faltas, mas aquele momento não saiu da minha cabeça.
Falta pode significar tanta coisa: carência, privação, erro, engano, etc. Mas no caso do jovem profissional era uma deficiência, uma falta de algo que se necessita (segundo o dicionário on line Michaelis).
Fiquei pensando no excesso da falta. Sempre sentimos que nos falta tanto! Não só na nossa vida pessoal, mas profissionalmente somos provocados pelo mercado de trabalho a sentir esta inquietude de achar que nada nunca está ou será bom o suficiente.
No mundo do trabalho a lista do que nos falta é enorme e temos a sensação de que nunca teremos todos os requisitos necessários. Então ficou a dúvida, a necessidade é do mercado de trabalho ou sua?
Lhe convido a esta reflexão, pois se a necessidade for somente do mercado de trabalho você terá um problema enorme pela frente. Se você odeia inglês e vai fazer o curso obrigado pela empresa provavelmente você irá sofrer. Pode até amenizar, pensando que a empresa está investindo em você ou que será bom para sua carreira, mas tenderá a sofrer a cada aula ou lição.
Atender a necessidade única e exclusiva dos outros tende a nos levar ao sofrimento. Amenizar pode ser uma solução, mas o fato é que você precisa entender que a falta é sua. Apesar de serem imposições do mercado de trabalho quem sente a falta é você. Quem fica pensando nela e incomodado com ela é você.
Caso você não saiba, sinto lhe informar, mas, o mercado de trabalho é objetivo, se você estiver com a postura de falta ele perceberá isso e lhe dirá que “a sua falta” não serve para aquela vaga.
Então se há a falta e a deficiência é sua, cabe a você saná-la e resolvê-la. Essa pesou, talvez você seja capaz de pensar em milhares de desculpas para suas faltas, e provavelmente você tenha razão em todas elas, só que elas não te tiram de onde você está, pelo contrário te colocam cada vez mais distante de qualquer coisa.
Vai dar trabalho se livrar das desculpas, afinal você passou a vida inteira ouvindo daqui e de lá que a vida era assim injusta, e de fato ela é, mas adianta ficar lamentando? Agora que você deu o espaço para as suas desculpas, as coloque de lado e trabalhe nas soluções.
A primeira providência você já tomou, foi reconhecer que você tem faltas. Agora você precisa pensar sobre elas e se quiser anote, faça uma lista, você até pode fazer uma classificação. Como sempre ressaltamos aqui o autoconhecimento é a chave do sucesso profissional.
A segunda ação é listar todas as desculpas para aquela falta. Retornando no exemplo do jovem: “A minha falta de inglês…” parece simples resolver esta falta. Mas, se você não fez isso até agora é porque tem milhares de desculpas, tempo, dinheiro, detestar inglês (afinal na escola você não passou do verbo to be ou colou de algum colega).
A terceira etapa requer atitude, para cada desculpa listada você irá propor uma solução. No exemplo acima: tempo – organizar a agenda e usar 30 minutos do almoço para estudar, dinheiro – procurar cursos de inglês gratuitos ou de baixo custo, detestar – passar a ver o uso prático do inglês na sua vida e na sua carreira e começar a encarar com bom humor este estudo.
A quarta etapa é assumir o compromisso com você mesmo, muitas vezes as desculpas nos levam a deixar pra depois , a solução de nossos problemas. Possivelmente você já se deixou para depois em muitos momentos, agora é a hora de colocar movimento na sua vida e trazer resultados.
Se após refletir você reconheceu que a falta é sua e que você deseja mudar, você será capaz de resolvê-la. E em breve você perceberá que suas frases não iniciarão mais com a falta e sim com a presença, “A minha experiência de trabalho”, “A minha fluência em inglês”, “As minhas oportunidades de entrevista”.
Leia para compreender um pouco da relação machismo, Síndrome de Peter Pan e responsabilidade de acordo com a psicologia.
Psicólogas participantes do Janeiro Branco contam um pouco das suas visões sobre a Campanha brasileira...
Você sente que está em uma constante busca de equilíbrio? Vamos pensar sobre isso?
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Realizo consultorias além de ministrar cursos e palestras em escolas, universidades,empresas e instituições. E conduzo supervisão e grupos de estudos sobre as temáticas suicídio, depressão, orientação de carreira e vocacional, atendimento clínico, ansiedade, entre outros…