Há algumas semanas tenho pensado sobre a palavra equilíbrio, quando ela me vem a mente me parece algo tão linear, tão sem balanços, solavancos ou surpresas. Em definição do dicionário o equilíbrio pode ser definido por conceitos da física como “ Estado de um corpo que é influenciado por duas ou mais forças que se anulam entre si. Ou aprumo, posição estável”.
Então pensei nossa uma vida linear, com uma posição estável em um corpo cujas forças não o movem ou alteram pois são nulas? Será que é isso que queremos? Estamos em busca de um equilíbrio deste tipo? A partir daí me lembrei da história do francês Phillipe Petit, que foi um grande artista de rua, famoso por andar na corda bamba.
Ele teve sua vida descrita em uma biografia, um documentário e mais recentemente em um filme chamado no original “The Walk” e que aqui no Brasil ganhou o nome de “A travessia”, ele ficou famoso por fazer a travessia entre as torres gêmeas nos Estados Unidos em uma corda bamba.
Muito utilizado como exemplo motivacional afinal, ele teve uma idéia considerada “maluca”, se preparou, estudou e realizou com sucesso sua ideia se tornando referencia em sua área de atuação. Não estou neste artigo preocupada em enfatizar isso, mas em relacionar o equilíbrio essencial que sua arte envolve com a nossa vida.
A arte da corda bamba, na qual não sou especialista, não requer que as forças sejam anuladas, ela pede ao praticante ou artista uma preparação e domínio das intempéries que ocorrerão durante a travessia. O que quero dizer é que ao atravessar uma corda bamba é ela pode balançar, e o seu dever é saber controlar este balanço.
E não há para este caso analogia melhor com a vida, sim ela é uma corda bamba, com influencias do vento, do seu peso, da sua saúde, foco e concentração. Passar pela vida é andar em uma corda bamba sobre as torres gêmeas. Requer preparação, uma certa dose de desafio, domínio das intempéries, concentração no aqui e agora e acima de tudo um aproveitar plenamente esta travessia.
Neste sentido a definição do dicionário que mais me agrada para equilíbrio é o figurado que falará de “proporção harmoniosa”, aí sim, estamos falando da vida com equilíbrio. Pois viver é perceber que as emoções consideradas negativas (raiva, ódio, inveja, sensação de incapacidade, etc) existem e não podemos as ignorar ou fingir que não estão ali, pois elas desestabilizam a nossa corda.
Para estas emoções precisamos encontrar a harmonia, reconhecer que elas existem e transformar em algo que nos ajude na jornada. A harmonia é um conceito que é muito próximo do mundo musical, mas que nos ajuda a melhor definir o equilíbrio, harmonizar significa combinar diversos sons diferentes (inclusive alguns dos extremos) de uma forma agradável.
Em nossa vida é impossível realizar a jornada sem experimentar um pouco das coisas consideradas negativas, até mesmo porque sem elas as coisas boas perdem um pouco de seu valor. A ação primordial em busca do equilíbrio, é perceber que as coisas negativas devem ser harmonizadas em sua vida com as coisas positivas.
Equilíbrio na vida ou na corda bamba entre as torres gêmeas, é um harmonizar entre os diferentes fatores e emoções, positivos ou negativos, com o objetivo de produzir algo agradável para você e que possa resultar em um objetivo com sentido de missão cumprida ao final da travessia.
Larissa Cavalcanti
Psicóloga – CRP 06/123690
Especializada em Saúde Mental e em desenvolvimento de pessoas
Leia para compreender um pouco da relação machismo, Síndrome de Peter Pan e responsabilidade de acordo com a psicologia.
Psicólogas participantes do Janeiro Branco contam um pouco das suas visões sobre a Campanha brasileira...
Você sente que está em uma constante busca de equilíbrio? Vamos pensar sobre isso?
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Realizo consultorias além de ministrar cursos e palestras em escolas, universidades,empresas e instituições. E conduzo supervisão e grupos de estudos sobre as temáticas suicídio, depressão, orientação de carreira e vocacional, atendimento clínico, ansiedade, entre outros…